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Internacionalização universitária, relações institucionais e internacionais da Unilab com CPLP e demais países, especialmente de África

Acordos e diálogos de cooperação marcaram a primeira missão da Unilab em São Tomé e Príncipe

Data de publicação  05/04/2023, 09:21
Postagem Atualizada há 2 anos
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Comitiva da Unilab, formada pela pró-reitora Artemisa Candé Monteiro (primeira à esq.) e vice-reitora Claudia Carioca, em reunião com embaixadores em São Tomé e Príncipe

Assinatura de acordos de cooperação e protocolos de intenção, diálogo sobre contrapartida de bolsas de estudos para estudantes são-tomenses, divulgação da proposta da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), além de encontro com egressos, integraram a agenda da primeira missão institucional e internacional da universidade a São Tomé e Príncipe, realizada nos meses de novembro e dezembro de 2022. A comitiva da Unilab teve como um dos objetivos entender demandas das instituições de educação e governamentais são-tomenses, propor em conjunto encaminhamentos para ofertar contribuições, além de, em via de mão dupla, dialogar sobre as necessidades da universidade, para sua atuação no âmbito da internacionalização. A comitiva da Unilab também apresentou relatório sobre formação de quadros, no qual consta 89 estudantes formados e 39 discentes graduandos, oriundos de São Tomé e Príncipe.

Vice-reitora Claudia Carioca e reitor da Universidade de São Tomé e Prínicipe Peregrino Costa, em momento de assinatura de acordos

“Nós cumprimos com aquilo que viemos fazer aqui, estamos levando na mala acordos e parcerias”, relatou a vice-reitora Claudia Carioca, que integrou a comitiva da missão internacional a São Tomé e Príncipe. Entre esses acordos está o de cooperação acadêmica com a Universidade de São Tomé e Príncipe (USTP), por meio da execução do projeto “Inovação Sustentável da Agricultura em São Tomé e Príncipe: Ferramenta de Ensino e Aprendizagem”, no âmbito do Programa de Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural, iniciado no final de 2022. Essa pós-graduação visa, entre outros objetivos centrais, a formação e a capacitação de profissionais na área de agricultura sustentável e intercâmbio de docentes.

Outro acordo assinado entre a Unilab e a USTP é o de cooperação acadêmica, cultural e técnica, que visa facilitar o intercâmbio de docentes, discentes e técnico-administrativos, com fins de criação de um Centro de Ensino a Distância na Universidade de São Tomé e Príncipe. Esse acordo também tem a proposta de ofertar inicialmente cursos de pós-graduação pela Unilab, no âmbito desse Centro de EAD, nas áreas de Ciência; Literaturas Africanas de Língua Portuguesa; e Metodologias Interdisciplinares e Interculturais para o Ensino Fundamental e Médio.

Comitiva da Unilab, em reunião com representantes da Universidade de São Tomé e Príncipe

“Isso mostra que estamos cumprindo o objetivo da nossa missão: formar quadros e também auxiliar os países na transferência de tecnologia e saberes. Estamos aqui numa troca”, afirmou a pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais da Unilab Artemisa Candé Monteiro, durante encontro com membros da gestão da Universidade de São Tomé e Prínicipe. O reitor da USTP Peregrino da Costa destacou que o relacionamento e tratativas com a Unilab já vem sendo realizada desde outras gestões da universidade. “Incluímos a Unilab como uma das parceiras prioritárias nas nossas relações como o Brasil”, afirmou.

Sobre o acordo com a Unilab relacionado à pós-graduação, a vice-reitora da USTP Alzira Rodrigues sublinhou que atende a uma demanda específica e prioritária no país. “É um curso de mestrado que tem um potencial, tendo em conta as características de São Tomé e Príncipe, um país agrícola. E a nossa cidade deve-se ter pequenos agricultores que possam nos fornecer alimentos com qualidade. E esta qualidade não tem a ver apenas com tamanho, mas também com a qualidade do produto em termos de agrotóxicos. Queremos trabalhar com eles no sentido de que a utilização de agrotóxico seja cada dia menor, de forma que caminhe para uma agricultura biológica”, apontou.

Comitiva da Unilab, em reunião com representantes do ministério da Educação, Cultura e Ciências de São Tomé e Príncipe

Missão internacional

A missão internacional e institucional a São Tomé e Príncipe também incluiu diálogos e estreitamento de laços com integrantes do Ministério de Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades; do Ministério da Educação, Cultura e Ciências; Instituto de Educação Superior; Instituto de Saúde Sá Machado; e embaixada. Também foram discutidas questões sobre mobilidade acadêmica; capacitação de docentes; e acesso aos conteúdos curriculares, sobretudo dos cursos de Saúde, para cumprimento da internacionalização de currículos, em consonância com as diretrizes da Unilab. Também entrou no centro do diálogo com as instituições a necessidade de divulgação a cidadãos são-tomenses sobre os cursos ofertados pela Unilab, em diversas áreas do conhecimento.

Reunião da comitiva da Unilab com Instituto de Educação Superior

Nos encontros realizados pela missão institucional, também foi pontuada a contribuição dada pela Unilab na formação de quadros e, ainda, esclarecido o projeto de internacionalização da universidade. Também foi colocada a necessidade de apoio, seja na forma de bolsas como também por meio de suporte para regularização de passaportes dos discentes são-tomenses. O atendimento dessas demandas contribuiriam para garantir uma permanência dos discentes de São Tomé e Príncipe com subsídios financeiros e processo de tramitação mais ágil nas questões burocráticas e diplomáticas.

Sobre o assunto de bolsas para estudantes são-tomenses, segundo explica a pró-reitora Artemisa Candé Monteiro, “isso foi reiterado, através da nova ministra da Educação, que vai levar pro parlamento, Assembleia Nacional Popular, para que possa ser votado e apresentada a necessidade do Estado de São Tomé e Príncipe em assumir uma parte da contrapartida dos seus estudantes aqui”, contextualiza.

Comitiva da Unilab, em encontro com egressos de São Tomé e Prínicipe

Formação de quadros

O projeto de internacionalização da Unilab visa sobretudo a formação de quadros, para atender as necessidades e lacunas dos países parceiros da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), especialmente dos Palops (Países Africanos de Língua Portuguesa). Em encontro com a comitiva da missão internacional, os egressos são-tomenses formados na Unilab contam, por meio de suas trajetórias profissionais e acadêmicas, que esse objetivo tem sido cumprido pela universidade. Exemplo disso está no percurso trilhado pelo egresso do curso de Engenharia de Energias da Unilab Edvaldo Santos. “Quando tive oportunidade de fazer o curso de Engenharia de Energias na Unilab não pensei duas vezes, por saber da deficiência que nós temos aqui em São Tomé. Então, fui agarrar essa oportunidade na Unilab. Hoje desenvolvi vários trabalhos na área de Energia, não só cá em São Tomé, como também em trabalho internacional. Graças a Unilab, fiz várias consultorias e hoje faço consultoria para o Banco Mundial”, relata o egresso, que abriu uma empresa de energia em São Tomé e Príncipe, junto com colegas do curso.

Egresso do curso de Engenharia de Energias da Unilab Edvaldo Santos

Entre esses colegas está Luis Carlos Marques, também graduado no curso de Engenharia de Energias pela Unilab. “Tenho estado a contribuir muito para o desenvolvimento do setor energético aqui em São Tomé. Também tive sorte muito grande de ter participado e elaborado os primeiros balanços energéticos nacionais, uma ferramenta que não tínhamos aqui, para trabalhar no setor de Energias. Participei e estive envolvido na implementação da primeira central solar em São Tomé”, relata o engenheiro. Marques contextualiza que no início de sua atuação em seu país, encontrou uma situação caótica. “Tínhamos constantes crises de energia, avarias, peças, falta de recursos humanos. Tive oportunidade de entrar no momento de crise”, relembra. “Quero que os professores da Unilab saibam que temos sim contribuído para o desenvolvimento do país, através desses trabalhos. Acredito que nas outras áreas também, porque acredito que todos nós que nos formamos no Brasil viemos capacitados”, pontua Marques, que destacou, ainda, a pluralidade de sua turma quando estudou na Unilab, com a presença de estudantes do Brasil e internacionais, de todos os países parceiros da universidade.

Egresso do curso de Engenharia de Energias da Unilab Luis Carlos Marques

Em outra área do conhecimento, a egressa Marlene José também tem contribuído para seu país, após formação em Letras – Língua Portuguesa pela Unilab. Hoje, professora do oitavo ano em São Tomé e Príncipe, ela relata que a graduação e sua inserção nos projetos de extensão na universidade contribuíram de forma decisiva na sua trajetória profissional. “Para mim, a Unilab é a mistura de coisas: um espaço de reflexão, de encontro, desencontro, espaço de choques culturais, espaço de todo um saber que permeia hoje minha profissão docente”, afirma. No retorno a São Tomé e Príncipe após sua passagem pelo Brasil, Marlene José conta que detectou necessidades e deficiências dos alunos com a questão da leitura e escrita, e idealizou um projeto de laboratório de escrita de texto na escola onde leciona, com a pretensão de formar leitores e autores. Trata-se de uma iniciativa em parceria com o projeto “Cartas com Ciência”, no qual cada criança troca cartas com cientistas, para incentivá-la na produção escrita e aprendizado de assuntos relacionados à ciência. “Isso faz com que ela tenha consciência com relação a prosseguir seus estudos na universidade, quer seja na ciência ou nas outras áreas”, explica.

Egressa do curso de Letras- Língua Portuguesa da Unilab, Marlene José

Retorno à comunidade

Para a vice-reitora Claudia Carioca, esse encontro com os egressos, durante a missão internacional e institucional, demonstra o cumprimento dos objetivos da Unilab. “Olhar pra vocês e ver o trabalho que a Unilab fez e ver como vocês estão hoje, isso não tem preço. Isso mostra que nossa missão foi cumprida”, disse.

Ela pontuou, ainda, a importância de cada um contribuir com a comunidade, no seu retorno ao país de origem, e também apoiar na divulgação da universidade. “Isso mostra que nós estamos no caminho certo e que nós contamos com vocês para estarem divulgando a Unilab para as pessoas que estão perto de vocês que, muitas vezes, não têm como se manter na universidade que cobra propina [mensalidade]”, pontuou a vice-reitora.

A comitiva da Unilab que esteve em missão internacional e institucional em São Tomé e Príncipe foi formada pela vice-reitora Claudia Carioca; a pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais (Prointer) Artemisa Candé Monteiro; e o secretário da Secretaria de Comunicação (Secom) Vinícius Alves Moraes.

Fonte: Portal da Unilab

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